É FALSO QUE PESSOA COM COVID TENHA SIDO SEPULTADA VIVA EM SP.

Circula no WhatsApp um vídeo gravado no Cemitério Dom Bosco, na zona norte de São Paulo, onde um caixão com o corpo de uma vítima da Covid-19 foi retirado do carro do serviço funerário e aberto por familiares com a justificativa de que a pessoa estaria viva. A Prefeitura de São Paulo esclareceu que a vítima não estava com vida e que a família não aceitou as novas normas para sepultamento, que foi realizado após a Guarda Civil Municipal (GCM) controlar a situação.

No vídeo é possível ver que familiares se aglomeraram ao redor do carro funerário com questionamentos, colocando em dúvida a causa da morte. “Ela não está com Covid não, tudo agora é Covid”, expressa uma mulher. Também relatam que a vítima estaria se mexendo, quando decidem retirar o caixão do veículo e o abrem na capela de velório. Algumas pessoas ainda pedem que a vítima seja levada até o hospital, porque “estava respirando”.

Além do vídeo, um texto também é compartilhado: “Vale 19 mil ela morta, viva só vale pra família. Está achando que é tudo mentira? que os governos de estados não podem ser tão sacanas assim? Aí está mais uma prova do verdadeiro genocídio e quem são os verdadeiros genocidas. Isso é em SP, cidade da grande SP, Perus, um dos cemitérios do estado”.

O vídeo, de fato, foi gravado no Cemitério Dom Bosco, popularmente conhecido como Cemitério de Perus, na zona norte do município de São Paulo, e a situação ocorreu no dia 26 de março, porém a Prefeitura de São Paulo contesta a acusação e afirma que a vítima não estava com vida. “O sepultamento em questão não permitia velório por conta da causa da morte por Covid e a família não aceitou o fato de realizar o sepultamento direto”, disse em nota.

Após acompanhamento da Guarda Civil Municipal, o sepultamento foi realizado. “Enquanto a família violava o caixão, a administração da unidade acionou a Guarda Civil Municipal Ambiental que controlou a situação após conversa com a família.O sepultamento foi realizado com acompanhamento da GCM e a família se retirou da unidade sem mais questionamentos”, informou a Prefeitura.

A vítima citada no vídeo morreu três dias antes do sepultamento, como esclareceu a Prefeitura. “Conforme consta na nota de contratação do funeral, o falecimento foi atestado pelo médico no dia 23 de março. A contratação funerária foi efetuada no dia 25, com sepultamento agendado para o dia 26, por escolha da família”, disse o órgão em nota.

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal das Subprefeituras, informou ainda que os velórios para casos suspeitos ou confirmados de Covi-19 estão suspensos, tendo a família um breve momento de despedida no ato do sepultamento, e que o serviço funerário segue as normas estabelecidas no Decreto 59.283/2020 que restringe o acesso às salas de velório.

Recursos por mortes

Diversos conteúdos falsos já circularam nas redes sociais sobre um suposto recurso que é enviado pelo governo federal aos estados por mortes de Covid-19. A mensagem que circula com o vídeo gravado no Cemitério Dom Bosco afirma que cada morte custaria R$ 19 mil reais. O próprio Ministério da Saúde já desmentiu várias vezes o boato.

“O Ministério da Saúde informa que não repassa verba para registro de morte. A pasta realiza o repasse de recursos para ações e serviços públicos de saúde. Esta verba é usada por secretarias estaduais e municipais de saúde para custeio dos serviços, aquisição de insumos básicos para o funcionamento dos postos de saúde e de hospitais, por exemplo, além de proporcionar equipamentos e recursos humanos a estados e municípios”, explicou o órgão.

Alagoas Sem Fake

A editoria Alagoas Sem Fake verifica, todos os dias, mensagens e conteúdos compartilhados, principalmente em redes sociais, sobre assuntos relacionados ao novo coronavírus em Alagoas. A iniciativa tem o objetivo de combater a desinformação. O cidadão poderá enviar mensagens, vídeos ou áudios a serem checados por meio do WhatsApp, no número: (82) 98161-5890. Clique aqui para enviar agora.

Por Agência Alagoas

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